Os primeiros habitantes da Serra Cepilhada (denominada atualmente de serra de João do Vale) foram os índios Pêgas, pertencentes à nação dos tapuias que habitavam os sertões. Muito embora se faça necessário dizer que existem registros que comprovam a presença humana nas terras do município em períodos bem mais remotos por volta de 4.000 a 3.000 anos atrás, essa afirmação tem embasamento através das inúmeras gravuras e pinturas rupestres espalhadas pelo território municipal, sendo que nesse aspecto podemos destacar as gravuras da Fazenda Boa Vista (laje do menino), do Assentamento Nova Vida, da Santa Maria, do Creca e as pinturas rupestres na pedra do moleque no pé da serra do Cuó e na Santa Maria entre tantas outras.
A área onde se localiza o município começou a ser colonizada pelo homem branco nas primeiras décadas do século XVIII, com a construção da Fazenda Campo Grande por volta do ano de 1720, pelo Capitão-mor Manoel Ignácio DOliveira Gondim, também chamado de Capitão Gondim (português natural da província de Pernambuco).
A região passou a se chamar Campo Grande, devido as extensas campinas situadas à margem esquerda do rio Upanema, campinas essas bastantes propícias a atividade agro-pastoril. A origem do nome do município esta associado a uma lenda oral indígena onde a mesma narra à seguinte história de que um desbravador português juntamente com um índio domesticado teriam chegado ao lugar onde hoje esta a cidade, mais precisamente no alto da capela, e ao vislumbrar todo aquele panorama o desbravador português teria dito a célebre frase Oh! Que Campo Grande! ai estaria a explicação para a origem do nome do município atualmente. Se for verdade ou mito somente um estudo bastante aprofundado sobre o assunto poderia quem sabe resolver essa incógnita em nossa história.
Nos idos de 1761, o sargento-mor João do Vale Bezerra adquiriu, em hasta pública, as terras da serra Cepilhada, pertencentes anteriormente ao português Gondim, surgindo então à povoação de Campo Grande e a história de uma serra que com o passar do tempo passou a ser chamada de Serra de João do Vale.
Foram construídas casas para a família e descendentes de João do Vale, edificada uma capela em homenagem a Senhora SantAna. A data para a edificação da capela de SantAna, marco importante para o surgimento da vila, diverge em virtude da insuficiência de documentos históricos, o certo é que a doação do terreno para a construção da mesma ocorreu no ano de 1756 e a primeira missa foi celebrada no dia 06 agosto de 1766.
Campo Grande teve a sua Freguesia criada através da Lei Provincial n° 17 de 31 de outubro de 1837, como Igreja Paroquial de SantAna de Campo Grande de Upanema, sob a invocação da Senhora SantAna, desmembrada da de São João Batista de Assú. O primeiro Vigário da Paróquia de SantAna foi o padre Victor Antonio de Freitas, que serviu na mesma de 1837 até 1839, quando veio a falecer. Uma importante contribuição que perdura até os nossos dias, deixada pelos padres portugueses em Campo Grande, foi o gosto pela música. A cultura musical no município teve início por volta de 1870, quando os padres portugueses vieram para Campo Grande, que na época denominava-se Vila do Triunfo para desenvolverem seus trabalhos pastorais.
O distrito foi criado com a denominação de Campo Grande, pela resolução provincial nº 17, de 31 de outubro de 1837, subordinado ao município de Caraúbas.
Em 04 de setembro de 1858, a Lei provincial nº 414 criou o município com a denominação de Campo Grande. Interesses políticos, entretanto, fizeram com que essa Lei fosse derrogada através de outra lei provincial a de nº 601, de 05 de março de 1868, que extinguiu a Vila, passando Campo Grande à simples posição de distrito do recém-criado município de Caraúbas. A Lei nº 613, de 30 de maio de 1870, restaurou o município com a denominação, de Triunfo desmembrado do de Caraúbas e instalado em 07 de janeiro de 1871.
Em 28 de agosto de 1903, a Lei Estadual nº 197 originada do projeto do Deputado Luís Pereira Tito Jácome, mudou o nome do município para Augusto Severo o elevando à condição de cidade e sede do município. A sugestão do nome foi em homenagem ao amigo e inventor do dirigível PAX, o potiguar Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, natural de Macaíba, sendo que o mesmo pertencia à elite econômica, intelectual e política do nosso Estado e era irmão do memorável Pedro Velho de Albuquerque Maranhão. Augusto Severo morreu na capital francesa, Paris, no dia 12 de maio de 1902 após a explosão do dirigível PAX.
Entretanto no dia 06 de dezembro de 1991, através do Decreto Municipal nº 155, o município de Augusto Severo voltou a ser denominado com o seu nome de batismo Campo Grande. Após a realização de um plebiscito onde na oportunidade a população local optou pelo retorno do nome de origem desta terra.
Campo Grande é sede de comarca de primeira entrância, com 02 termos, Paraú e Triunfo Potiguar.
Organização político administrativa
Com a restauração do município em maio de 1870 por membros do Partido Conservador, foi nomeado para o cargo de presidente da Intendência (o mesmo que prefeito atualmente), o senhor Joaquim Felício de Almeida Castro. Depois de Joaquim Felício ocuparam o referido cargo os seguintes senhores:
Bevenuto Jácome
Cel. Pompeu Jácome
Cel. Luís Florêncio Jácome (pai do Cel. Pompeu)
Luís Pereira Tito Jácome (tio do Cel. Pompeu)
Cel. Antonio Melo
Manoel Deoclécio da Cunha
Joaquim Martins Veras (Quinca Veras)
Silvestre Veras Barbosa
Todos esses senhores ocuparam o cargo de presidente da Intendência supracitada através de nomeação do presidente da Província.
Com a Revolução de 1930 comandada por Getulio Vargas, as Intendências passaram a se chamar de Prefeituras.
Vale destacar que o primeiro prefeito eleito pelo voto direto neste município foi o Cel. Pompeu Jácome em 1947.
Logo abaixo segue a relação dos senhores e senhoras que já ocuparam o cargo de prefeito de Campo Grande:
1930 1934 Manoel Joaquim Veras
1934 1937 Cel. Pompeu Jácome
1937 1942 Luís de França Tito Jácome
1942 1945 Manoel Joaquim Veras
1945 1947 Luís de França Tito Jácome
1947 1952 Cel. Pompeu Jácome
1952 1958 Dr. Armênio da Costa Brito
1958 1963 Cel. Pompeu Jácome
1963 1968 Antonio Martins Veras (substituído por Miguel Brito de Melo)
1969 1972 Antonio Ferreira de Melo Filho
1973 1976 Maria Cleide Pessoa de Melo
1977 1982 Francisco Fernandes Pimenta
1983 1988 Rita Henrique Gondim (substituída por Miguel Brito de Melo, alegando elegibilidade de sua candidatura)
1989 1992 Francisco Fernandes Pimenta
1993 1996 Manoel Brito de Melo
1997 2000 Antonio Francisco da Nóbrega Martins Veras
2001 2004 José Edilberto de Almeida
2005 2008 José Edilberto de Almeida
2009 2012 Francisco das Chagas Eufrásio Vieira de Melo
2013 2016 Francisco das Chagas Eufrásio Vieira de Melo (atual prefeito)
Sem informações até o momento
A cidade sede do município de Campo Grande-RN está a 5° 51 50 de latitude sul e 37° 18 36 de longitude oeste e conta com uma população residente de cerca de 5.002 habitantes (53,85% da população total do município de acordo com dados do IBGE de 2010). A área aonde esta localizada a cidade fica na margem esquerda do rio Upanema (que corre no sentido sul-norte) e na margem esquerda do riacho Pitombeira (que corre no sentido oeste-leste) desembocando no rio Upanema nas proximidades do centro da cidade. Atravessando o trecho urbano temos ainda o antigo riacho de Telina (denominado atualmente de canal da prefeitura) e que corta a cidade de oeste a leste. A altitude média da cidade é de 96 m acima do nível do mar e a distância rodoviária até a capital do nosso Estado (Natal) é de 273 km. Grande parte das terras que compreende o perímetro urbano é bastante acidentada e de solo pedregoso com poucas exceções.
A zona urbana do município de Campo Grande é constituída pelos seguintes bairros: Centro (que conta com 28 ruas e cinco praças), Alto da Capela (que possui 20 ruas e três praças), Alto da Esperança(formado por 16 ruas e uma praça), Alto de Santana (possui 24 ruas e duas praças) e abrange ainda os Conjuntos habitacionais COHAB e IPE. Além do recém surgido bairro São Pedro (que é constituído por 15 ruas) e compreende o Conjunto Padre Pedro e o Loteamento São Pedro. A principal artéria urbana de Campo Grande é a Rua: Joaquim Leal (trecho urbano da BR-110) que atravessa toda a cidade (no sentido sul-norte). As principais praças são as: João do Vale, Coronel Pompeu Jácome e Telina Costa (Centro); do Chicó, da Criança e do Evangélico (Alto da Capela); Bráulio Melo (Alto da Esperança); Rodrigo Bruno e do Músico em construção (Alto de Santana).
Referências Bibliográficas
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
MELO, José Régis de Oh! Que campo Grande! Campo Grande-RN Das Origens aos nossos Dias 1ª ed. 2009.
BRITO, Thiago Gondim Fernandes de A pecuária como instrumento formador do município de Campo Grande-RN monografia de conclusão do curso de História da UERN Assú-RN 2006.
Internet
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_Grande_%28Rio_Grande_do_Norte%29 Acesso em 12 de fevereiro de 201
Sem informações até o momento
BANDEIRA CAMPO GRANDE